terça-feira, 1 de março de 2016

SHOW DO VIPER - CIRCO VOADOR - RIO DE JANEIRO

     Uma das poucas bandas formada desde sempre por amigos, o Viper sempre se sustentou nessa linha. O que vimos no Circo é exatamente isso; Aquela turma de 14/15 anos que gravou Soldiers of Sunrise brincando sem parar no palco. Diferente do Angra - comparação mais que óbvia - a base de tudo sempre foi a diversão. Seja como for, alguma coisa de fantástico sempre acontece quando Pit Passarell, Andre Matos, Guilherme Martin, Felipe Machado e agora Hugo Mariutti - grande e mais que digno substituto de Yves - tocam ao vivo algumas das mais espetaculares músicas do metal brasileiro. A palhaçada por vezes é exagerada, mas com o Viper é assim que funciona. 
      Depois da bem sucedida volta com Andre Matos no vocal em 2012, a banda vem fazendo alguns shows esporádicos para divulgar o dvd feito nessa turnê. Um deles foi na noite de 28 de fevereiro, no Circo Voador, Rio de Janeiro. Um cenário que parecia ser catastrófico de público felizmente não se confirmou na hora H. Não chegou a ser bom, mas foi bem honesto. Até me arrisco a falar que tinha um pouco mais do que na recente apresentação do Exodus na cidade. O mesmo curtiu intensamente cada minuto da apresentação. Tecnicamente é uma banda que cresce muito no palco, com direito a um som alto e nítido durante todo o tempo. De ponto negativo, apenas alguns problemas técnicos com a guitarra de Felipe Machado vez ou outra.
     O repertório é mais que jogo ganho. Os clássicos de Soldiers of Sunrise e Theater of Fate, que contam com Andre Matos no vocal, agora dividem espaço com uma boa dose do excelente Evolution. Dele saiu, além da obrigatória e mais que clássica Rebel Maniac, a pedrada Coming From the Inside, The Shelter. The Spreading Soul e Dead Light. Pit lembrou seus momentos de vocalista em algumas partes, umas sérias e outras numa tosquera só em covers mal ensaiados - frutos de seu permanente estado alcoólico elevado. Tome Motorhead, Judas Priest e Dio no mais puro e etílico improviso. Algo já normal para quem acompanhou o retorno da banda, o estado de Pit por muitas vezes afeta sua performance no baixo, mas todos ali sabem que isso está incluso no pacote Viper anos 10. Não imagino que ninguém tenha ido ao show esperando muita seriedade de sua parte. Outro momento incluso no pacote é a falação de Andre Matos. Aquela tradicional no meio de Living For The Night, clássico máximo da banda, foi tão longa que fez eles até esquecerem de voltar. Depois de um Breaking the Law surpresa e muito papo, finalmente eles encerram o clássico no 220, formando dali para frente um mosh pit daqueles - obviamente um pouco mais sutil do que o que costumamos ver em shows de Thrash e Death Metal. Outro hino do metal feito em tom de brincadeira foi H.R., com um troca-troca coletivo de funções.
     Falando da parte séria, a performance de Andre Matos assusta até hoje, com o auge em A Cry from the Edge - gerando um coro final com seu nome. Clássicos como Prelude to Oblivion, Soldiers of Sunrise, Wings of the Evil, To Live Again e Knights of Destruction foram tocados de maneira irretocável por uma banda que ajuda a contar a história do Heavy Metal brasileiro em alguns de seus mais gloriosos capítulos. A brincadeira dos músicos chama muita atenção, mas não consegue atrapalhar a parte séria do espetáculo. Num somatório, o Viper entregou aos apaixonados por Heavy Metal BR um grande show com seus clássicos, e toda a brincadeira que motivou a banda desde os primórdios. 

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