domingo, 3 de agosto de 2014

AC/DC-HIGHWAY TO HELL

  Depois de quatro discos matadores (se contarmos a versão internacional de High Voltage como um disco só), o AC/DC estava pronto para lançar o que seria o seu disco mais representativo. O que acabou sendo a despedida do grande vocalista Bon Scott é obrigatoriamente citado em qualquer lista de maiores discos da história do Rock. Sem duvidas esse aqui foi um dos cds que mais escutei na vida, tendo uma importância enorme. Como em todo bom clássico, aqui não tem descanso, é uma porrada atrás da outra, e quando você percebe já foi. 
  De cara já temos o hino, clássico, ou seja lá como for a definição, Highway To Hell. Não tem jeito, você já escutou esse riff, esse refrão e esses solos furiosos em algum lugar, e certamente já cantarolou junto de Bon Scott. Maiores explicações são totalmente dispensáveis, porque não existe nesse planeta um único amante de Rock N'Roll que não conheça essa música de cabo a rabo. Girls Got Rhythm começa com um dos riffs mais espetaculares da carreira da banda, e é uma música com a estrutura mais tradicional possível quando falamos em AC/DC. Aquele refrão grudento que você repete incontáveis vezes, a malícia estratégica de BonScott recitando a letra cheia de segundas intenções, e os irmãos Young com ódio nos dedos massacrando suas guitarras. Essa estrutura repedida sempre é de uma magia única, que faz a banda ser o que é. Walk All Over You é possivelmente a minha música preferida do AC/DC, empatada tecnicamente com Rock N'Roll Ain't Noise Pollution, You Shook Me All Night Long e TNT. Um riff mais cadenciado da um tom épico à música, e a velocidade e força presentes em 100% das músicas da banda aparecem em seguida. Malcolm e Angus dão uma verdadeira aula, e a interpretação de Bon é única. Cantar lentamente o refrão estrategicamente lento faz você ir parar em uma outra dimensão. Touch Too Much é outro clássico incontestável do disco, muito presente nos shows da banda desde então. Beating Around the Bush segue a toada, com outro riff único, e dessa vez com um destaque menor para o refrão. Nessa Cliff Williams e Phil Rudd dão um show, comandando a cozinha da banda com precisão única nas variações sonoras que a música exige. Shot Down In Flames, pra variar, também virou clássico imediato e aclamada em qualquer show do AC/DC até hoje. Aqui os Youngs também escolheram por um riff com tons épicos para introduzir a música, com aquele velho andamento que é diferente em cada música. Get It Hot começa com um riff tipicamente Stoniano, mostrando a influência deles na música do AC/DC. Mias uma vez, a banda acertou em cheio, e a música é lembrada com muito carinho pelos fãs. If You Want Blood (You've Got It) também dispensa comentários. é AC/DC em estado puro, Rock N'Roll simples e ao mesmo tempo espetacular. Love Hungry Man tem um dos riffs que causam maior emoção a cada audição. Realmente é difícil de explicar o que o conjunto perfeito das guitarras com a maneira única de cantar de Bon Scott aqui proporcionam à música no final de tudo. Magnífica em cada detalhe, seguramente uma das melhores da banda. Night Prowler encerra de maneira maravilhosa o disco, com uma levada mais Blues também bastante comum na música do AC/DC. Uma bela despedida de Bon Scott, um belo encerramento para um dos maiores clássicos da história do Rock.
  O AC/DC tinha alcançado a perfeição, mas infelizmente o vocalista não pode aproveitar por muito tempo o resultado magnífico do disco, dando adeus ao mundo um ano depois. Logo depois, o AC/DC deu uma das maiores voltas por cima da história do Rock, lançando um magnífico tributo com a voz destruidora de Brian Jhonson, que acabou sendo o disco mais vendido da história do Rock, só perdendo para o Thriller de Michael Jackson na história da música. Era o fim de uma era maravilhosa do AC/DC, mas nem por isso representou o fim da linha. Muita coisa boa ainda estava por vir, mas o que foi feito entre High Voltage e Highway to Hell está permanentemente na memória dos fãs.


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