domingo, 24 de agosto de 2014

SHOW DOS TITÃS-CIRCO VOADOR-RIO DE JANEIRO

   Com o lançamento de Nheengatu, os Titãs retornaram pelo menos 20 anos no tempo, diretamente para a época em que lançaram Titanomania. Depois de acústicos, baladas, trilhas de novelas e covers desnecessários, a banda volta a fazer o que sabe de melhor, o bom, velho, puro e simples Rock N'Roll. Aquela noite se apresentava mágica no Circo Voador, com o mesmo abarrotado de gente, incluindo senhores, jovens, roupas mais formais, camisas de bandas como Black Sabbath, Iron Maiden, Megadeth e Metallica, e muito mais. O mesmo público mostrava conhecer bem o repertório, que foi surpreendente. A banda mostrou o seu desejo de apresentar um show mais forte, optando por um setlist que esqueceu as baladinhas, e que mostrou 12 das 14 músicas novas. 
   Infelizmente, cheguei ao Circo com o show já na sua 3a música, perdendo as ótimas Fardado e Pedofilia, ambas novas. A banda então tocava a magnífica Cadáver Sobre Cadáver, um dos pontos altos do novo trabalho. Logo de cara, eles emendaram novidades, uma atrás da outra, e a decisão ousada foi totalmente acertada. Quando uma banda lança um disco que é sucesso de público e crítica, porque não apresenta-lo ao público? Vem então Baião de Dois, Chegada ao Brasil (Terra à Vista) e Senhor, todas espetaculares. Ainda tentando me acomodar num Circo Voador ''sold out'', que incluía uma área vip improvisada no 2o andar para a mulher de Tony Belloto, Malu Mader, e seus convidados, a banda apresenta o clássico Policia. Esse para mim é o maior hino dos Titãs, do alto dos seus dois minutos de fúria. Neste momento, uma grande roda surge no meio do público. Sugiro que ''iniciantes'' na obra da banda escutem imediatamente essa música, ou então a ótima versão que o Sepultura consagrou, já que a amizade das bandas é de longa data, tendo tocado a música junto em grandes momentos como o Hollywood Rock de 1994. Vem então mais disco novo, com Fala, Renata. Ela continuou agitando o público, que novamente explodiu em outro hino, Bichos Escrotos. A reação dos fãs da banda ouvindo o clássico do Cabeça Dinossauro é difícil de explicar, seguramente é uma das preferidas. Vem então a música que é para mim a melhor do novo disco, Mensageiro da Desgraça. Ela tem um rítmo mais arrastado, e uma letra fortíssima que da uma dinâmica ótima, seguida pela também nova República das Bananas. A banda então começa a focar nos clássicos da carreira. Flores, um dos destaques de  Õ Blésq Blom, disco da época de ouro da banda, agita bastante. Só então eu consegui um lugar legal num Circo Voador em seus disa de lotação máxima. Sergio Brito introduz AAUU, falando que diretamente de 1986 (ano do lançamento de Cabeça Dinossauro, maior clássico da banda), lá vinha porrada. Desordem é para mim a melhor música dos Titãs, e a sua volta ao setlist foi uma decisão incrível da banda. A letra é simplesmente espetacular, e se mantém para lá de atual. O disco Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas é outro momento glorioso da banda, e Desordem é seu auge. Nada mais justo do que a sequência com o clássico Vossa Excelência, feita especialmente no terremoto politico que aconteceu no Brasil em 2005, o chamado mensalão do PT. Paulo Miklos chama a música com a sua inteligência de sempre, dedicando a mesma para a nossa ''incompreendida'' classe politica. O riff de Diversão era puxado por Tony Bellotto, e ''cantado'' por todo o Circo. O clássico de Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas é cantado em uníssono. Televisão, vinda dos primórdios da banda, e Cabeça Dinossauro não ficam para trás. A surpreendente escolha de 32 Dentes, maravilha escondida em Õ Blésq Blom, foi uma das grandes surpresas da noite, sendo uma escolha pra lá de acertada. O novo trabalho volta a ser lembrado com Quem São Os Animais. Estado Violência é outra maravilha, clássico, e sem duvidas uma das melhores da banda. Lugar Nenhum cai muito bem logo em seguida, outro momento grandioso da banda em seus melhores dias. Para encerrar a 1a parte do show, a nova Eu Me Sinto Bem e o 1o hit da banda Sonífera Ilha. A versão de Canalha abre o bis, sendo a 12a e última música nova apresentada. O clássico de Raul Seixas Aluga-se agita como poucas, assim como o hino Homem Primata. A banda se despede novamente, e volta para o último bis com Comida, a preferida dos professores de português em suas provas. Branco Mello fala que eles vão fazer algo diferente. Tony, Sergio e Paulo fazem o sinal da cruz de forma genial, exorcizam Branco, que começa o clássico Igreja, outra maravilha da noite. O encerramento vem com a não programada Marvin, muito pedida pelo público.
   O setlist foi simplesmente espetacular. A banda em grande forma optou por mostrar seu novo maravilhoso lançamento, e clássicos muito bem escolhidos. Eu incluiria algo do disco Titanomania, Pulso e Porrada, mas é impossível reclamar de um set tão maravilhoso apresentado numa noite mágica de Rock N'Roll. Os Titãs mostraram porque são a maior banda de Rock desse país, e seu retorno as origens acontecem em hora para lá de acertada. 

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