quarta-feira, 19 de novembro de 2014

SLASH-WORLD ON FIRE

   Mal percebemos, e num piscar de olhos o eterno guitarrista do Guns N'Roses já está no seu terceiro disco solo. Depois de rodar com o Snakepit e desfrutar de grande sucesso com o Velvet Revolver, o "cartola" resolveu se jogar na carreira solo. Primeiro promoveu um "bailão" na sua estreia, e tendo encontrado a sua banda no segundo, deu continuidade no disco seguinte. World on Fire segue a linha de Apocalyptic Love, e nos proporciona grandes momentos. O que complica as coisas é a primeira coisa que chama a atenção do ouvinte, o número de faixas. Um disco tem normalmente entre 8 e 12, e as 17 que Slash e sua banda apresentam é um exagero sem tamanho, em certos momentos cansando quem põe o disco completo pra jogo. Mesmo assim, a qualidade da grande maioria é indiscutível, obviamente para os padrões atuais (preciso dizer que a comparação com a banda que consagrou o guitarrista é perda de tempo?). A questão é que um disco de tamanha envergadura só não fica cansativo e exagerado quando o trabalho em questão é o White Album dos Beatles ou o The Wall do Pink Floyd, citando apenas dois exemplos. Qualquer um mais normal exige uma melhor seleção.
   Falando diretamente das músicas, apesar dos pesares, considero este aqui o melhor trabalho de Slash na sua carreira solo, aperfeiçoando o que já era muito bom em Apocalyptic Love. A sua performance é inspiradíssima, e o acompanhamento de  Brent Fitz  (Bateria), Todd Kerns  (baixo) e Myles Kennedy (vocais) muito bom. O vocalista se encontrou definitivamente com o líder, cantando como nunca. A abertura com a faixa-título é fortíssima, e ao vivo deve crescer bastante. Outros destaques ficam para a pesadíssima Automatic Overdrive, a mais cadenciada e belíssima Bent To Fly, Too Far Gone, muito bem sacada e com instrumental impecável, a ótima Dirty Girl e a magnífico encerramento com The Unholy. O disco é dominado por um Hard Rock sem firulas e de extremo bom gosto.
   O saldo é positivo. A banda está acertada, e demonstra ser capaz de geral frutos por um bom tempo, indo muito além de uma carreira solo feita para arrancar dinheiro com antigos sucessos. Slash não está no mesmo clube de Eddie Van Halen, Tony Iommi, Jimmy Page e Eric Clapton, mas sua carreira mostra que ele é grande, sabendo como poucos fazer o seu instrumento cantar. Com turnê marcada para o Brasil em 2015, Slash e sua trupe tem tudo para matar a pau no palco, com entrosamento de sobra.

   

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