sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

MONSTERS OF ROCK CONTEMPORÂNEO, MAS COM UM MAGNÍFICO AR NOVENTISTA

   Durante a última semana, os amantes de Rock N'Roll tiveram uma novidade fantástica para fechar bem o ano. O Monsters of Rock anunciou uma volta definitiva, com um Line Up digno do auge naqueles anos 90, e bem diferente do retorno decepcionante em 2013. Naquele ano, teve uma clara divisão Hard Rock (que para mim foi o dia mais interessante, mas bem longe do que vimos agora) e um fatídico dia "New Metal". Há quem goste, e os shows do Aerosmith, Whitesnake, estes dois pude ver num show no Rio de Janeiro, Ratt e Hatebreed foram de fato ótimos, mas se esperava algo mais. 
   Agora, toda a expectativa foi correspondida, e com sobras. A produção privilegiou o Heavy Metal tradicional e clássico das bandas dos anos 70, que formaram a base do estilo que amamos, além de ótimos representantes oitentistas e mais novos. No 1o dia, a trinca que encerra a noite forma simplesmente a base de tudo que conhecemos em termos de Heavy Metal. Meus amigos, tudo, absolutamente tudo, começou com Judas Priest, Black Sabbath (representado pelo vocalista Ozzy Osbourne, um dos poucos que com a carreira solo consegue fazer um show sem que ninguém sinta falta do repertório da ex-banda) e Motorhead. Em uma noite, conseguir a união desses nomes já é algo realmente fantástico. Ao olhar a sequência, senti um arrepio indescritível. Ainda tem mais. Primal Fear e Rival Sons farão aberturas bem interessantes, mas confesso que são bandas que eu pouco acompanho. O defeito é o Black Veil Bridges, mas reclamar de um nome isolado no meio deste line-up seria o mesmo de reclamar de um Ney Franco treinando um time com Zidane, Romário, Júnior, Zico, Ricardo Rocha, Canavarro, Adílio e Andrade. Nenhuma banda, por pior que seja, é capaz de botar a perder uma seleção tão fantástica, e até serve como um bom momento para um descanso. No segundo dia, Judas Priest se apresentará novamente, algo incrível. Fora eles, temos uma ótima seleção. Steel Phanter é um dos maiores destaques do momento no Rock mundial, já figura carimbada em festivais europeus. Yngwie Malmsteen, Unisonic e Manowar (este último nunca fez a minha cabeça, muito menos depois do fatídico Metal All Stars, mas o nome é forte e a quantidade de fãs e influência respeitável) são nomes fortíssimos e detentores de uma ampla quantidade de fãs no Brasil. O Accept é um dos destaques para mim. A banda está numa fase maravilhosa, e suas apresentações recentes por aqui foram inesquecíveis. Seguramente será um dos grandes shows, e a sacada foi ótima. O Kiss dispensa comentários, e fará um dos maiores espetáculos da terra para fechar o Monsters com chave de ouro. A banda é contemporânea dos gigantes da 1a noite, e de semelhante influência para incontáveis nomes que vieram depois. 
   Kiss, Accept, Judas Priest, Motorhead e Ozzy Osbourne formam no final das contas, além das outras boas bandas, um dos times mais fantásticos que já vi em festivais por aqui, e dou os mais sinceros parabéns a organização pelas escolhas. A venda está confusa, com o site jogando os preços já altos ainda mais lá em cima e fazendo de tudo para dificultar a vida de quem paga meia-entrada, mas depois de muita luta consegui comprar, e verei algo único. Diria que está é a provável despedida do motorhead, em decorrência da saúde de Lemmy, e Judas Priest, Ozzy e Kiss talvez em breve tomem caminhos semelhantes, já que a turma já tem 40 anos de dedicação ao Rock, formando parte importantíssima da história do estilo. 
    Em linhas gerais, o festival remete ao auge no Brasil, os anos 90. Naquela década, o Brasil entrou de vez na rota dos grandes shows, que viram o auge nas edições históricas do Hollywood Rock e Monsters of Rock, ambos marcando época para quem viveu. Agora a força de festivais diminuiu, apesar da maior constância de turnês, já que a America Latina é parte permanente das agendas. Fora o fenômeno Rock In Rio, há tempos não víamos festivais com dedicação ao Rock N'Roll com Line Up tão espetacular. A minha geração finalmente poderá sentir o que eram aqueles históricos festivais que tanto ouvimos falar, e quem achava que eles já eram parte do passado poderá ter uma bela sensação de déjà-vu. Que venha para ficar Monsters of Rock, nós estávamos precisando de um festival assim! 
   

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