domingo, 7 de dezembro de 2014

SHOW DO IRA!-CIRCO VOADOR-RIO DE JANEIRO

   Pouco tempo depois da volta oficial do Ira! ao Rio de Janeiro, a turnê passa novamente pelo Circo Voador. A casa enche novamente, porém um pouco menos do que na apresentação inesquecível de agosto, e era possível circular facilmente pela lona, encontrando um bom lugar para ver o show. Depois de poucos meses, pudemos ver uma banda ainda mais acertada e feliz por estar de volta aos palcos, algo realmente fantástico e benéfico para o nosso tão sofrido Rock Nacional. 
   Depois da sofrível abertura do Ullala (acho que era isso o nome), por volta das 1h o Ira! estava no palco do Circo Voador. O setlist foi bem parecido com o apresentado em agosto, mas a ordem foi completamente diferente. De cara, vem a ótima Como os Ponteiros de Um Relógio, inesperada e magnífica. Depois chega a tradicional abertura Longe de Tudo, clássico do grande Mudança de Comportamento. Em seguida, vem Flerte Fatal, uma pérola dos tempos de Acústico MTV. A coisa esquentou mesmo foi com o hino máximo Dias de Luta, cantado em uníssono. O som estava espetacular, bem melhor do que o visto na última vez. A felicidade de Edgard Scandurra e Nasi, os donos do Ira! atual era genuína. Sorrisos e abraços sinceros eram constantes, além da interação com o público. Tarde Vazia é a próxima, que de música esquecida virou clássico com o Acústico. No Universo dos Seus Olhos, um blues até interessante, mas facilmente substituível, veio mais um clássico, Flores em Você. Gritos na Multidão, seguramente uma das melhores, agita mais ainda. O ótimo setlist segue, repleto de clássicos. Rubro Zorro e a pérola Manhas de Domingo lembram o disco Psicoacústica, lembrado por Nasi. A nova ABCD já ganha corpo, podendo aparecer com força no provável disco novo de 2015. A grande surpresa da noite fica por conta da espetacular e emocionante Vida Passageira, sabiamente incluída no programa é muito celebrada. Foi indescritível ouvi-la sem esperar por tanto. A sequência vem com o maior clássico dos tempos de acústico, e a preferida da "Nova geração". Eu Quero Sempre Mais é cantada como no disco 7, uma versão infinitamente melhor do que a batida presente no acústico com Pitty. O Bom e Velho Rock n' Roll seria totalmente substituível, e abre espaço para a magnífica Arrastão. Mesmo sendo pouco conhecida do grande público, considero essa uma das melhores, e uma sacada do retorno que prioriza o Ira! mais pesado. A versão para Train in Vain do Clash é boa, mas não aprecio este tipo de estratégia, e inconscientemente acabo cantando a original. Prisão das Ruas vem lenta e melancólica, para depois esplodir com o hino Envelheço na Cidade. Núcleo Base encerra a 1a parte de um ótimo show. Para o bis, a banda escolhe muito bem Girassol, a magnífica 15 Anos, a tão boa quanto É Assim que me Querem, e por último, Bebendo Vinho, cantada em uníssono. 
   Meu balanço sobre a 2a apresentação do Ira! no Rio depois do retorno é positivo. O público era menor e menos intenso do que o de agosto. O set cortou bons momentos como Mudança de Comportamento e Tolices, mas incluiu Vida Passageira. A ordem insperada foi interessante, e as escolhas acertadas. O som espetacular e pesadíssimo da guitarra de Edgard, este numa noite única e endiabrada e a vontade da banda em realizar um grande show fizeram deste um show ainda melhor e mais Rock N'Roll do que o anterior. O Ira! é uma entidade da nossa música, sempre merece ser visto. Se o clima continuar como está, é certo que bons anos de Rock venham pela frente. 

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