segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

SHOW DO VICIOUS RUMOURS/ FORKILL/ DESTRUCTION-TEATRO ODISSEIA-RIO DE JANEIRO

   A noite de quarta-feira, dia 10 de dezembro, foi de gala para o Heavy Metal carioca. Com o ano já chegando ao seu final, o Destruction abastece os cariocas com o melhor do Thrash Metal, finalmente em um "show solo". O Teatro Oisseia recebeu o maior público que já vi, semelhante ao que foi ver Marky Ramone em maio, um fato que emociona. O Destruction dispensa maiores apresentações. Uma verdadeira entidade do magnífico Thrash Metal alemão, dona de uma quantidade para lá de considerável de fãs brasileiros, que conseguiram superar os ótimos públicos que Sodom e Obituary levaram a mesma casa recentemente. 
   Acabei perdendo o show que o Vicious Rumours fez abrindo os trabalhos, o que acabou sendo um ajuste para que a cidade não perdesse o show, já que a banda foi escalada de última hora no Zoombie Ritual Festival, repondo as incontáveis ausências que mais uma vez levaram o nosso nome a lama. O próprio Destruction veio para lá se apresentar, mas diante do amadorismo do produtor acabou cancelando, não sem antes o líder Schmier acertar o infeliz com um glorioso e merecido soco. 
   Logo depois veio a já programada abertura do Forkill, que começou o seu show exatamente quando eu entrava no local. Acompanho a banda há tempos, sendo eles bastante conhecidos no Underground carioca com o Thrash Metal de 1a linha praticado. A banda é experiente na cena, já tendo tocado em diversos bares e casas famosas da cidade, e eu mesmo já fui vê-los num show destruidor no Calabouço Rock Bar, tradicional reduto de bandas covers na Tijuca. Divulgando ainda o ótimo  Breathing Hate, seu disco de estreia, eles estão para lançar o 2o trabalho. No show, vimos uma mescla dos dois trabalhos, com boa recepção dos presentes. O vocalista Joe Neto sempre convidava a participação popular, colocando fogo no que já era o maior show da carreira da banda. O resultado foi ótimo, e as turbinas estavam devidamente aquecidas para a atração principal.
   Um Odisseia lotado transbordava em ansiedade nos momentos que antecederam ao grande show da noite. Eu mesmo estava muito emocionado, já que a banda tem uma significativa importância na minha vida, que respira Heavy Metal, assim como os colegas da cena alemã. Como acabei perdendo o show no Rock in Rio por uma série de fatores desagradáveis, finalmente iria tirar o atraso. Foi a banda aparecer, e surgia automaticamente um caótico mosh-pit, que deixou o público que lotava a casa espremido. Total Desaster abre o show. O clássico dispensa maiores apresentaões, e coloca a casa abaixo. Em seguida, sem tempo para respirar, vem o hino Thrash Till Death, cantado em uníssono. A casa parecia pequena para o tamanho que o show tomou, e não dava conta do recado. O som, que geralmente é muito bom, estava ruim, e assim foi por toda a noite. De cara, a guitarra de Mike Sifringer apresentou problema, forçando um solo improvisado do baterista Vaaver enquanto as coisas eram resolvidas. A péssima qualidade sonora acabou sendo o grande defeito do show, mas mesmo assim não era capaz de botar o jog ganho em risco. Além do baterista, Schmier e Mike tem longa estrada neste tal de Heavy Metal, já tendo feito show em tudo quanto era buraco, e não seria estes percalços que arruinariam um show de uma lenda do Thrash Metal. O magnífico set seguiu com Nailed to the Cross, fazendo a clássica sequência do ótimo The Antichrist, grande obra lançada pela banda em 2001. Mad Butcher segue com a carnificina que só bandas como o Destruction podem proporcionar. Armageddonizer apresenta o bom Day of Reckoning. Depois Black Death, Eternal Ban e Life Without Sense matam os presentes do coração, como momentos gloriosos dos indispensáveis Infernal Overkill e Eternal Devastation, as obras-primas da banda. Spiritual Genocide volta ao presente, finalmente trazendo o último lançamento pra jogo. Release from Agony, faixa título do ótimo disco de 88, e a nova Carnivore vem depois. Hate is My Fuel, também de uma fase mais recente da banda, já é muito querida, e proporciona uma pancadaria daquelas no mosh. O líder Schmier lembra então que agora seria algo inédito para nós. A magnífica instrumental Thrash Atack da uma verdadeira aula de Thrash Metal. Depois, ele pergunta o que gostaríamos de ouvir, e entre os milhares de pedidos, ganhou o clássico Antichrist, uma surpresa para lá de agradável. Bestial Invasion completa o ataque cardíaco coletivo. Todos estavam para lá de satisfeitos, mas o Destruction ainda tinha mais cartas nas mangas. Curse the Gods e The Butcher Strikes Back, que marca o retorno triunfal da banda em 2000, encerram uma noite de gloria para os thrashers cariocas.
   Um público digno de uma cidade que entrou definitivamente na rota dos shows marcou a noite. Um som que não estava a altura do espetáculo, mas não comprometeu no final, e o saldo foi positivo. Um setlist maravilhoso proporcionou muio Thrash Metal e diversão para um público que sabe apreciar isso como ninguém. Em breve virá algo novo do Destruction, e seguramente muitos novos shows no Brasil, país que a banda já pode dizer que tem um caso de amor. Que venha um 2015 repleto de grandes shows para todos nós. 

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