domingo, 13 de setembro de 2015

IRON MAIDEN - THE BOOK OF SOULS

   A cada novo trabalho, dependendo da banda em questão, a nossa avaliação deve se adaptar ao momento. No caso do Iron Maiden, uma banda com papel definitivo na história do Rock, temos que ter a consciência de que nenhum dos trabalhos lançados na década de 80 será igualado. Assim sendo, a comparação cabível é sempre do fantástico Brave New World, que marca o retorno de Bruce Dickinson e Adrian Smith a banda, para cá. Por ser uma das minhas bandas preferidas, a emoção é sempre grande em momentos como esses, mas de cara podemos dizer que The Book Of Souls é um disco espetacular, que ao meu ver supera o bom The Final Frontier e o muito bom Dance Of Death. Toda a comoção gerada no universo do Rock pelo trabalho é plenamente justificada. 
    Depois do drama pessoal pelo qual o vocalista passou recentemente, a relevância dessas fantásticas 11 canções cresce ainda mais. A espera de 5 anos valeu, e como valeu. Trata-se de uma obra para lá de complexa, rica em arranjos, com uma forte pegada progressiva. Isso fez com que o disco tenha de ser duplo. Existe muita variedade, mas as marcas de uma banda para lá de clássica estão todas lá. Cavalgadas do mestre Steve Harris, coros prontos para estádios inteiros entoarem, duelos fantásticos nas seis cordas, entre outras tradições, farão com que o ouvinte viage pela história gloriosa do Iron Maiden.
   Desde que tivemos acesso ao track list, Empire of the Clouds já chamava atenção, e não tem como começar a falar das músicas sem citar essa obra-prima de 18 minutos. Diferente de tudo que a banda fez até então, o piano magnífico, e a complexidade sonora assustadora faz com que o Iron Maiden saia do lugar comum, algo surpreendente para uma banda com uma história tão rica e gloriosa. A própria banda já comentou que de tão complexa, será impossível apresentar a música na turnê. Pelo que notei, a quantidade de queixos caídos entre os fãs da banda por causa dessa maravilha impressiona. Só isso? Nem pensar, tem muito mais. Na abertura já temos uma ótima impressão com If Eternity Should Fail, que chega com um daqueles refrões bem Iron Maiden que grudam na sua mente pelo resto do dia. Speed of Light, que há um mês parou os headbangers ao redor do mundo em seu entorno, já é um clássico do Maiden agora. Muitos fãs já são capazes de canta-la de traz para frente. Ela é uma das mais simples e rápidas do trabalho. The Red and The Black é sem sombra de duvidas uma das melhores não só do disco, mas da banda nos últimos anos. O que Dave Murray, Adrian Smith e, vá lá, Jennick Gers fizeram aqui é algo digno de nota. Muito pelas guitarras espetaculares, é um dos grandes destaques do disco. Shadows of the Valley começa com um riff muito semelhante ao do hino Wasted Years, mas tem uma construção completamente diferente. Enquanto no citado clássico a coisa explode, agora a música vai crescendo aos poucos até perder o controle em dado momento. Simplesmente fenomenal. A faixa-título também chama atenção, agora pelo belo trabalho de Nicko McBrain em seu monstruoso kit. Bruce também se mostra em forma, com sua voz indefectível. Death or Glory, Tears of a Clown, inspirada no gênio Robin Williams, The Man of Sorrows, The Great Unknown e When the River Runs Deep não deixam por menos, mantendo assim o ótimo nível do disco.
    Me alegra muito ver uma banda que para mim é uma verdadeira religião nos brindando com um trabalho desse nível. The Book Of Souls já se apresenta como um dos mais grandiosos momentos do Iron Maiden no século 21, que se não teve a força do que foi feito nos anos dourados, nos brinda com ótimas músicas. Os anos que virão são um grande mistério, até mesmo se o disco em questão terá um sucessor. Seja como for, ainda é tempo de aproveitar os nossos gigantes do Rock ainda ativos. Longa vida a donzela de ferro, e Up The Irons!



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