quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

NATAL/ANO NOVO PARA ABALAR AS ESTRUTURAS DO ROCK MUNDIAL COM SENTIMENTOS OPOSTOS

   Numa época tradicionalmente "tranquila" - para não dizer parada -, duas noticias de sentimentos opostos chegaram para abalar completamente as estruturas do Rock mundial. A terrível morte de Lemmy e o para lá de improvável e requisitado retorno de Slash e Duff para o Guns N'Roses levaram os fãs a extremos emocionais. Bem, o assunto rende textos que mais parecem pequenos livros, mas vou tentar resumir tudo que penso em um só. 
     A morte do Lemmy é uma daquelas para paralisar tudo quando o assunto é Rock. O efeito dela e do consequente/óbivio fim do Motorhead apresenta um prejuizo sem tamanho para o estilo. Na arte em geral, o trabalho bem feito dura eternamente, e seguramente é esse o caso. Mesmo assim, é triste pensar que daqui para frente uma das maiores bandas que conhecemos só existe a cada tributo de seus fãs ao colocar o disco no play. A realidade sem discos novos e apresentações é devastadora, e pior, algo que devemos nos acostumar. Em breve será a vez de tantos outros com idade semelhante. Por tudo isso, aproveite cada show que rolar, esses caras não vivem para sempre. Em 2011, muitos podem ter faltado ao show do Motorhead alegando que "eles sempre vem". Hoje muitos falam o mesmo quando Iron Maiden, Megadeth, Aerosmith, Paul McCartney, Metallica e tantos outros dão as caras. Será que em 2020 esse show de agora não vai fazer falta? Fica a reflexão, já que falar mais qualquer coisa a cerca da importância do senhor Lemmy nada mais é do que chover no molhado.
     Depois dessa bomba, vem a revelação oficial que muitos sonhavam, e ao longo de 2015 foi se materializando pouco a pouco. Muito tr00 pode fechar a cara para o Guns N'Roses, que por vezes é um tanto quanto superestimado pela parcela rockista de seus fãs, mas negar sua grandeza e importância - assim como a qualidade de seus componentes - é um equívoco sem tamanho. Dito isso, muitos passaram uma vida sonhando com o dia em que Slash e Axl voltariam a ser amigos, e por consequência, dariam sequência a trajetória interrompida precocemente.
       A brincadeira tomou contornos de realidade quando Duff fez alguns shows com Axl e sua banda de apoio em 2014. O clima criado foi tão bom que Duff teria - por enquanto, essa é a expressão - sido efetivado pelo amigo de longa data para um futuro próximo. Isso se daria pelas mancadas do então baixista, e obviamente, por tudo que rolou em cima dos shows já feitos. Boa-praça que é, Duff então fez ser possível um papo entre a dupla rival por mais de 20 anos. Resultado disso? Reconciliação assumida por Slash em entrevista recente, quando tudo começou a  tomar forma.
   Até ali, era só paz celada, mas vamos falar a verdade. Ninguém está aqui para rasgar verdinhas. Todos sabem que esse tipo de reunião da um retorno fantástico, e só sérias brigas fazem com que parceiros infalíveis se afastem. Quando o papo é posto em dia, não teria porque negar isso aos fãs e a sí mesmo. Em pouco tempo, uma série de fatos foram acontecendo, fazendo a tal impossível reunião virar algo real. Declarações de gente importante no backstage da coisa, demissões pontuais e tudo mais, foram fazendo dos boatos insuportáveis de internet não serem o caso no presente momento. Eram sim informações, notas de bastidores de algo grande que estava para acontecer, e que todos que entendem do assunto passaram a ver como questão de tempo. Depois do surgimento do logo antigo na página da banda, a questão estava encerrada para qualquer um que conhece minimamente sua história.
   Agora é oficial, e os ingressos para o 1o show no indie/bosta festival Coachella já evaporaram. Slash, Duff e Axl vão tocar juntos novamente, e o tal line-up é outra questão que da o que falar. Em resumo, penso que gente como Izzy, Adler, Matt e Clarke, necessariamente nessa ordem, são fundamentais para a banda na sua história. A ausência de Adler e Izzy, os originais, não faz da "volta" uma reunião original, e sim uma nova formação. Mesmo assim, essa nova formação faz do Guns uma banda de verdade novamente, e não uma paródia. O trio forma ao meu ver a linha de frente, e quando foi modificado, a vaca foi pro brejo. Izzy já disse que não pretendia voltar para a vida de GNR, e possívelmente recusou a oferta. Adler não está num estado físico que inspira confiança para tal empreitada, e muitos não seriam nem loucos de tentar algo com ele. O caso de Matt é enigmático, mas acredito na confiança de Axl no atual batera, e em rusgas antigas mal resolvidas. De qualquer maneira, ver o trio junto novamente é algo a se comemorar, e muito!
    Num curto espaço de férias, as duas bombas vieram. Como já falei de Lemmy antes, preferi abordar mais o assunto GNR, mas ainda é complicado digerir a perda. Com a reunião, ando vendo gente acreditando na volta de Jesus com os apóstolos presentes na última ceia, mas pelo amor de Dio, CADA CASO É UM CASO! As coisas foram acontecendo e possibilitaram o retorno, e ainda dizem, uma volta do Skid Row foi pedida pelo velho amigo do Tião, mas ainda não temos muito o que falar sobre isso. Nada de ficar pensando em Pantera (até porque nesse caso tem morte no meio da treta, o que complica absurdamente qualquer coisa), Sepultura, Angra, Led Zeppelin, Pink Floyd ou sabe-se lá mais quem. Tentei resumir ao máximo esses assuntos para lá de palpitantes. Vamos ver o que 2016 nos reserva, mas por enquanto, a única certeza é que um gigante já nos desfalca.



Nenhum comentário:

Postar um comentário