sexta-feira, 5 de agosto de 2016

THE BEATLES - REVOLVER

    Há exatos 50 anos, um dos maiores discos da história do Rock era lançado. A obra-prima dos Beatles chegou ao mercado numa fase muito madura musicalmente da banda. Não que algo feito anteriormente não tenha sido, no mínimo, ótimo. A questão é que a banda vinha em constante evolução e experimentalismo, com uma sonoridade cada vez mais ampla em influências. A mudança começou em Revolver, muito influenciada pela visão indiana de George Harrison - um diferencial. O curioso é que isso começou a acontecer justamente quando a lenda diz ter um sósia no lugar do falecido Paul McCartney. Sempre que falo sobre isso, digo em óbvio tom de brincadeira que o Paul original é foda, mas o cover gravou os melhores discos dos Beatles. 
      Com muita psicodelia misturada ao Rock N'Roll com as melodias mais geniais que o mundo já viu, nós ganhamos de presente um playlist único. Já começa com o Rockão sessentista até a alma Taxman - mais uma cortesia dos impostos absurdos cobrados na Inglaterra daqueles tempos. Muitas bandas deram uma fugida pra França por conta disso - vale registrar. A música é uma daquelas contribuições pontuais e preciosas de Harrison. Ele repete a dose no trabalho nas não menos magníficas I Want to Tell You e Love You To - essa última rica nas influências indianas em um resultado absurdamente maravilhoso. Assim é só o começo, e baladas capazes de emocionar até uma rocha em forma de gente são o grande destaque. A mais famosa delas é Eleanor Rigby. A pérola McCarteana de letra enigmática já gerou diversas teorias de sua origem, mas isso é assunto para outras empreitadas. Outras nessa linha são I'm Only Sleeping, Here, There and Everywhere e For No One. Não consigo poupar elogios a cada perfeição musical saida daqui. Yellow Submarine acabou se transformando num marco, gerando até um outro disco "trilha sonora" com seu nome e o clássico submarino na capa. As não menos impressionantes She Said She Said, Good Day Sunshine, And Your Bird Can Sing, Doctor Robert, Got to Get You into My Life e Tomorrow Never Knows não deixam por menos na aula prática de melodias que o disco promove. 
       Um disco presente nas mais elevadas prateleiras da história do Rock chega a meio século de vida. Os deuses do estilo ainda nos dão a graça de deixar Paul McCartney e Ringo Starr vivos e ativos. Esse tipo de trabalho é para se ajoelhar e escutar no máximo. O estrago que os anos 60 fizeram na música não tem data de validade! 


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